Para o Luis Pedro Nunes, este estoicismo-pop da moda é um movimento de tech bros de Silicon Valley e de “jovens seduzidos pela extrema-direita e fartos da cultura woke”, que visam tornar-se “seres sem emoções”, tendo por base o individualismo.
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Segundo LPN, o que não dizem no Daily Stoic – mas LPN está cá para nos iluminar!– é que o estoicismo “visava uma ética de comunidade e uma conexão global”.
Ora, procurei no Youtube alguns shorts desse canal, sobre coisas que LPN refere.
É mesmo terrível!
3 exemplos:
Aqui, em poucos segundos, este canal explica ao jovem homem branco como tornar-se numa pedra sem emoções. Ensina tech bros a despedirem 100 mil pessoas, e jovens da extrema-direita a mandar imigrantes para a terra deles, sem sequer pestanejarem:
Sobre a tal ética de comunidade no estoicismo (que LPN vem revelar - abençoada seja a sua palavra!).
Neste short, ensinam os jovens a lidar com pessoas difíceis (talvez os imigrantes que não gostam de ser mandados para casa): basta serem umas bestas.
E para acabar, neste outro, ensinam esses jovens homens brancos a jamais pedirem ou aceitarem ajuda, pois a masculinidade tóxica depende de os homens continuarem a honrar esse tabu.
Estes são exemplos dos perigos do que se consome online. Se virem os vossos jovens homens brancos a consumir estes conteúdos, não percam tempo! Revoguem-lhes a assinatura do Expresso, por ex, que assim o que o LPN escreve fica escondido pela paywall, e os danos controlados.
Sim, é estoicismo-pop. Sim, é uma indústria a fazer o que as indústrias fazem: explorar ao tutano mais um mercado.
Mas esta atitude de «Meu Deus! Estes jovens, para lidarem com os seus problemas do ser, estão a recorrer à Filosofia! F I L O S O F I A !» é tão cringe, que dói.